Você sabe o que é economia regenerativa? Conhece alguma empresa que aplica seus princípios em sua cultura organizacional e processos de produção?
A crise climática que o planeta está enfrentando, e que só tende a se agravar, nos mostra que a sustentabilidade pode não ser o suficiente para mitigarmos os problemas ambientais. Contudo, o modelo da economia regenerativa pode ser uma solução.
Em resumo, este novo modelo econômico, que precisa virar uma tendência mundial, ressignifica o que é considerado lucro para uma empresa, valorando diferentes tipos de capitais. Além disso, ser regenerativo vai além de reduzir ou neutralizar os impactos negativos no meio ambiente.
Uma empresa regenerativa busca restaurar a natureza e respeitar os limites da biocapacidade do planeta, levando em consideração o tempo de renovação dos recursos naturais.
Quer entender melhor sobre esse tipo de economia, qual sua diferença com os modelos tradicionais e porque ela é tão importante para o meio ambiente e para a sociedade? Então, continue a leitura!
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Economia regenerativa vs Economia Tradicional
O modelo econômico tradicional sempre teve como meta o aumento do capital financeiro. Contudo, esse tipo de economia tem como base a exploração indiscriminada, tanto de recursos naturais, como da mão de obra.
Esse tipo de crescimento, que tem como pilar o detrimento do outro, se mostrou insustentável. O ecossistema começou a entrar em colapso e as pessoas sentem cada vez mais o peso das desigualdades sociais.
Economias antropocêntricas, ou seja, centradas no homem, são degradantes e possuem perspectivas apenas a curto prazo. Além disso, elas instigam o sentimento de competição, ao invés da colaboração.
Já a economia regenerativa levanta novos paradigmas. O primeiro deles é a ampliação daquilo que consideramos como lucro. Afinal, existem outros tipos de capitais, além do monetário, que precisam ser valorados.
A riqueza de uma instituição também deve ser atrelada ao bem-estar das pessoas, das comunidades e, principalmente, do meio ambiente. Por isso, o espírito colaborativo precisa ser vigente para que todas as partes que fazem parte dos processos da empresa sejam beneficiadas.
A falta de responsabilidade social e ambiental das corporações que ainda permanecem atreladas ao modelo econômico clássico tendem a sucumbir. Afinal, a natureza não é uma fonte de recursos ilimitados e a sua destruição é a nossa própria destruição.
Economia regenerativa vs Economia Sustentável
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Desde a década de 1990, quando os governantes de vários países começaram a se reunir em um evento global para discutir sobre as mudanças climáticas, a sustentabilidade vem sendo apontada como solução para a problemática ambiental.
Uma prova disso são as metas estabelecidas nos acordos que têm como principais objetivos: reduzir os impactos negativos e neutralizar a emissão de carbono. Mas, estas metas podem não ser o suficiente.
Por mais que algumas empresas implementem práticas sustentáveis para reduzir o lixo, ou diminuir o consumo de energia, a natureza ainda está sendo prejudicada. Além disso, por mais que se tente neutralizar o problema, existe uma dívida a ser paga pela destruição que já foi feita e que continua repercutindo seus efeitos.
A solução então é o homem parar de explorar a natureza, ou parar de produzir lixo? A resposta é não! Sabemos que isso é impossível, afinal, precisamos dos recursos da natureza para sobreviver e satisfazer nossas necessidades diárias.
Contudo, é preciso repor aquilo que tiramos. Regenerar aquilo que destruímos. Limitar aquilo que exploramos. Respeitar o ciclo natural de renovação e absorção dos resíduos. Dar valor para bens de capital original, como o sol e a terra, que são primordiais. Isso é economia regenerativa!
A economia sustentável é sim muito importante, pois ela nos propõe mecanismos que são essenciais para não sobrecarregarmos a capacidade ecológica da terra. Mas, ser ECO e estar com a agenda ESG em dia são só os primeiros passos em direção a uma economia verdadeiramente regenerativa.
Empresas que desejam implementar esta inovação precisam de líderes e colaboradores visionários, com uma perspectiva a longo prazo e com um espírito altruísta. Essas são três características fundamentais para uma organização centrada no planeta e com objetivos que transcendem a prosperidade puramente financeira.
Princípios da Economia Regenerativa
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Um dos especialistas mais reconhecidos nesta área, que é autor de um artigo que desenvolve os princípios da economia regenerativa, é John Fullerton. Após trabalhar mais de 20 anos no mercado financeiro, em um ambiente totalmente competitivo e com uma lógica reducionista, John fundou o Instituto Capital com o objetivo de aplicar os preceitos regenerativos no mundo das finanças.
Confira os princípios fundamentais que devem nortear este modelo econômico tão inovador:
Relacionamento
Como citamos, a economia tradicional possui uma lógica antropocêntrica que coloca o homem não só como centro de todas as coisas, mas como superior à natureza e também a outras espécies.
O princípio do relacionamento propõe que o homem volte a se identificar como parte da natureza e reconheça sua relação de interdependência. Ou seja, o trabalho colaborativo com o meio ambiente é essencial para criar um sistema organizacional saudável e sustentável.
Riqueza Holística
O princípio da riqueza holística tem a ver com a ressignificação daquilo que consideramos riqueza e lucro. O Holismo é uma visão sistêmica que leva em consideração o todo, e não apenas as partes, para se entender um fenômeno. É uma visão não reducionista e qualitativa.
Em outras palavras, a riqueza holística considera o bem-estar do todo. Ou seja, para um ser beneficiado, o outro não precisa sair prejudicado. Todas as partes devem crescer mutuamente.
Inovação, sensibilidade e adaptação
Vivemos em um mundo globalizado extremamente volátil. É impossível acompanhar todas as transformações que estão eclodindo cada vez mais rápido.
Por isso, é muito importante que, ao invés de tentarmos controlar tudo, saibamos sentir as mudanças. Desta forma, podemos inovar e nos adaptar às novas demandas que vão surgindo.
Participação Empoderada
Este princípio enfatiza a importância em darmos o devido valor para as partes, que influenciam diretamente o resultado do todo. Dar o devido valor significa levar em consideração suas necessidades e limitações. Lembrando que as partes de uma empresa se estendem muito além de sua organização interna.
Honrar as comunidades locais
Relacionando-se com o princípio da riqueza holística, “honrar as comunidades locais” tem a ver com o reconhecimento do capital humano que uma comunidade possui. Ou seja, é importante valorizar os conhecimentos, habilidades e competências de cada indivíduo do grupo.
A economia regenerativa leva em consideração o contexto e a comunidade na qual está inserida, e utiliza da diversidade a seu favor. Este fato nos leva para o próximo princípio!
Abundância do efeito de borda
Este princípio tem tudo a ver com o acolhimento e valorização das diversidades, que muitas vezes se encontram em posições periféricas (bordas), e não no centro. A inclusão é vista, portanto, como um fator impulsionador da economia regenerativa.
Fluxo circulatório robusto
O reconhecimento e valorização de diferentes tipos de capital (social, humano, simbólico, financeiro, físico, intangível…) cria um fluxo robusto que influencia na saúde da economia. Além disso, a lógica regenerativa não é linear, mas sim circular!
Equilíbrio
O último princípio enfatiza a importância do equilíbrio entre competição e colaboração, produção e consumo, resiliência e eficiência, global e local… Tudo isso precisa ser posto constantemente na balança para evitar que qualquer parte saia no prejuízo.
Você tem uma empresa que põe em prática a sustentabilidade, mas ainda não incluiu na sua agenda ações regenerativas? Então, entre em contato com a gente e saiba como seu negócio pode ter um impacto positivo no planeta!
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